Obviamente, nem mesmo os zumbis escapam das tentativas de humanização de criaturas sombrias e macabras, haja vista que assim como vampiros há quem tente colocá-los de maneira mais palatável. Mas cá entre nós, pode haver mesmo algo com zumbis sem uma pitada de nojeira?
Digo isto pelo feedback destes três primeiros meses de vida de Morgan: O Único, onde talvez a palavra mais utilizada como adjetivo tenha sido “nojento”. E isto, muitas vezes falado no bom sentido, aliás, levei um tempo debatendo comigo mesmo se isto era elogio, ou crítica. Mas o fato é que muitos dos leitores relatam de passagens nojentas, alguns ainda deixam o sábio recado de “leia após o almoço.” E com isto em mente, fiz-me então a perguntadora, a nortear tal questão, como separar nojeiras das histórias de zumbis.
Para este autor uma coisa é certa: O mundo dos mortos-vivos, principalmente daqueles que se erguem das sepulturas é algo nojento. Talvez médicos legistas não tenham tanto asco por cadáveres, mas de forma algumas eles podem ser melhorados. É da natureza destes seres a podridão e o mau cheiro característico. E por isso tem-me sido grande a honra de leitores compartilharem comigo as sensações ao ler o livro.
Por isso, sem medo, digo que há passagens realmente nojentas no livro. Não a tal ponto de se comparar com a magistral cena de The Walking Dead onde os personagens precisam se sujar com as vísceras de mortos para se infiltrarem entre os mortos-vivos, mas mesmo assim é um grande estimulo a um escritor novato como eu saber que minhas palavras têm causado impacto em seus leitores.